Tinha 17 anos (quase 18) quando me aventurei nisso. E, como se não bastasse sair de casa para estudar numa universidade, fui além das minhas espectactivas e passei a fronteira.
Quando tudo o que sonhas é usar capa e batina um dia e não consegues a nota para isso (digo, para o curso que queres), pode tornar-se algo frustrante ter que sair do país para seguir o sonho. "Só foste porque quiseste!", podes pensar tu. E é verdade: só fui porque quis. E sabes quê? Voltaria a fazer tudo de novo :)
Quando finalmente te vês livre das regras dos pais e queres soltar ao mundo tudo o que vales...bem, há que conter tanta energia de vez em quando.
- Money, money, money! Rapidamente vês que não é tão fácil gerir um depósito mensal. Sim, há que impôr limites a ti mesma. Sorte ou azar, sempre fui poupada (às vezes até demasiado...). E sou demasiado organizada ao ponto de apontar tudo o que gasto diariamente (é sério...nem que seja 0,60€ num café). Isso mantém-me controlada a mim e à minha conta. Mas nunca me privou de me mimar um bocadinho: uma roupita aqui, um acessório ali, jantar fora de vez em quando...é tudo uma questão de gestão.
- Have we met? Conheces mil e novecentas pessoas novas, queres dar-te com todas e fazer amizades rapidamente e não seres excluída de nada nem por ninguém. Mas sabes quê? Há quem se reinvente para seguir esse trilho e, na minha opinião, não é a melhor maneira de viver. As pessoas vêm e vão tal qual as estações do ano. E os que consideras parte de ti talvez não sejam tão tu quanto pensas. E sempre tive uma, digamos, estratégia para isso: manter-te à margem. Ser tu mesma e não o que os outros querem que sejas. Nunca fingir ser alguém que não és. Crescer de acordo com as tuas crenças, os teus prós e contras e sempre, mas mesmo sempre, ser-te fiel. Os que são e os que têm que ser, ficam. Porque esses são os que te vão querer com todo o teu pacote.
- Sex, drugs & rock n roll! Bom...é a altura em que mais tentação vais ter. E se o considerares como uma maneira de integração, facilmente és levada por esse caminho. Nunca achei mal experimentar fosse o que fosse (claro, sempre com moderação) e estaria a mentir se dissesse que nunca experimentei ou que não me sentisse tentada a. Mas tendo em conta o meu feitio não muito fácil de lidar e entender, teria que haver um timing perfeito para tal. Sou feita de muitas regras e fugir-lhes não é o meu forte. Mas tenho que admitir: sofrer um pouco de rebeldia faz muito bem a todos.
- Kitchen nightmares! Para mim, a pior parte de todas. Não tenho paciência para cozinhar. Mas a verdade é que não podes passar o tempo todo a comer fora (gasto de dinheiro imcomportável), nem podes sempre comer pizza ou hamburgers (embora não me importasse nada). Portanto, o melhor mesmo é aprender a fazer o básico para sobreviver. Claro que, os fins-de-semana em casa fazem a mamã encher um saco de tupperwares e isso resolve a questão por uns bons dias. Mas, visto que não estarás sempre a viver com a mamã e o papá, haverá uma altura da vida em que terás que começar a ser tu a preparar os teus manjares. E eu acredito que um dia eu terei vontade de começar a entrar mais no espírito da cozinha...só que hoje não é o dia.